A região amazônica abrange as bacias hidrográficas do rio Amazonas, Araguaia-Tocantins, bacias costeiras do Norte e bacias costeiras do Nordeste Ocidental. A bacia do rio Amazonas constitui a mais extensa rede hidrográfica do globo terrestre, que ocupa uma área total de 7.008.370 km², abrangendo territórios do Brasil (63,88%), Colômbia (16,14%), Bolívia (15,61%), Equador (2,31%), Guiana (1,35%), Peru (0,60%) e Venezuela (0,11%).
A Amazônia é quase mítica: um verde e vasto mundo de águas e florestas, onde as copas de árvores imensas escondem o nascimento, reprodução e morte de mais de um-terço das espécies que vivem sobre a Terra.
Os números são igualmente monumentais. A Amazônia é o maior bioma do Brasil: num território de 4,2 milhões de km2, crescem 2.500 espécies de árvores (ou um-terço de toda a madeira tropical do mundo) e 30 mil espécies de plantas (das 100 mil da América do Sul).
As estimativas situam a região como a maior reserva de madeira tropical do mundo. Seus recursos naturais – que, além da madeira, incluem enormes estoques de borracha, castanha, peixe e minérios, por exemplo – representam uma abundante fonte de riqueza natural. A região abriga também grande riqueza cultural, incluindo o conhecimento tradicional sobre os usos e a forma de explorar esses recursos naturais sem esgotá-los nem destruir o habitat natural.
Toda essa grandeza não esconde a fragilidade do ecossistema local. A floresta vive a partir de seu próprio material orgânico, e seu delicado equilíbrio é extremamente sensível a quaisquer interferências. Os danos causados pela ação antrópica são muitas vezes irreversíveis.
Ademais, a riqueza natural da Amazônia se contrapõe dramaticamente aos baixos índices sócio-economicos da região, de baixa densidade demográfica e crescente urbanização. Desta forma, o uso dos recursos florestais é estratégico para o desenvolvimento da região.
As florestas e savanas da bacia do rio Amazonas e do Escudo das Guianas (Bioma Amazônia) indiscutivelmente mantêm a maior biodiversidade na Terra: uma estimativa de 1.300 espécies de pássaros, 427 espécies de mamíferos e 50.000 espécies de plantas com sementes. Enquanto os registros de coletas de pássaros e de mamíferos podem estar relativamente completos e as estimativas para estes possivelmente são relativamente precisas, as plantas na Amazônia permanecem imensamente sub-coletadas. De fato, 300 anos de coletas de plantas na Amazônia resultaram em uma densidade atual de apenas dez coletas/100 km².
A importância econômica de produtos extrativos tem apresentado modificações ao longo da história. Assim é o caso de vários produtos extrativos que tiveram grande importância na formação econômica, social e política da Amazônia. Entre esses produtos podem ser mencionados as “drogas do sertão” e o cacau (Theobroma cacao L.) no período colonial, a borracha (Hevea brasiliensis M. Arg.), a castanha-do-pará (Bertholletia excelsa H.B.K), o palmito e o fruto do açaí (Euterpe oleracea Mart.) e a extração da madeira, entre os principais. A sustentabilidade da extração dos recursos extrativos apresenta modificações com o progresso tecnológico, o surgimento de alternativas econômicas, o crescimento populacional, a redução dos estoques, os níveis salariais da economia, as mudanças nos preços relativos e outros fatores. De uma forma geral, as atividades extrativas se iniciam, passam por uma fase de expansão, de estagnação e depois declinam, no sentido do tempo e da área espacial.
A fabricação de fitoterápicos e cosméticos, constitui a utopia de muitas propostas do aproveitamento da biodiversidade na Amazônia. O bioma apresenta uma diversidade de frutas, algumas delas já exploradas economicamente, tais como:
- Açaí
- Bacuri
- Camu-camu (caçari)
- Cupuaçu
- Guaraná
- Muruci (murici)
- Taperebá (cajá)
- Tucumã-do-amazonas
- Tucumã-do-pará
O azeite de tucumã (proveniente da polpa), desenvolvido pela Embrapa Amazônia Oriental em 2012 para uso na culinária, tem propriedades funcionais semelhantes ao azeite de dendê, com o diferencial de ser mais fino e suave que este e interferir menos no sabor e odor característicos dos alimentos aos quais é incorporado, além de apresentar maiores percentuais de ácidos graxos insaturados, que são benéficos à saúde, e maior teor de carotenoides. O óleo da amêndoa, por sua vez, é fonte de matéria-prima para produção de biodiesel.
Fontes: Ministério do Meio Ambiente, Embrapa, IBGE.
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