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Manutenção e Recuperação de Estradas Vicinais

A manutenção de estradas vicinais consiste na realização de serviços de limpeza, patrolamento e aberturas de saídas d'água com o objetivo de manter a boa trafegabilidade da estrada.

Também é de extrema importância manter as estruturas de drenagem (sarjetas, canaletas, bueiros, pontes, terraços, caixas de contenção) em boas condições, para que as águas das chuvas não causem danos a pista de rolamento.

A manutenção das estruturas de drenagem devem ser realizadas assim que identificadas, pois reduzem substancialmente os danos causados pelas chuvas. Normalmente são manutenções simples, que podem ser realizadas manualmente, tais como o desentupimento de bueiros e saídas d'água.

A manutenção das estradas vicinais devem ser constantes e realizadas nos períodos de estiagem. 

As boas condições das estradas vicinais são de extrema importância para o escoamento da produção agrícola, para garantir aos moradores das zonas rurais o acesso a serviços básicos (educação, saúde, lazer) e também ao meio ambiente, pois a erosão nas estradas contribuem para o assoreamento de rios e lagos.

Apesar da grande malha viária de estradas vicinais existentes nos munícipios e sua importância, a manutenção e recuperação de estradas vicinais ainda recebe pouca atenção das prefeituras, muitas vezes sendo destinados recursos irrisórios para realização da manutenção e recuperação de estradas vicinais.

O produtor rural também tem um papel importante na conservação de estradas vicinais, mantendo a vegetação no entorno das estradas, desviando as águas que correm diretamente para as estradas, realizando roçadas e ajudando na identificação de problemas.

Características Estruturais das Estradas Vicinais

As estradas vicinais (estradas de terra) devem possuir duas características técnicas fundamentais: boa capacidade de suporte e boas condições de rolamento e aderência.

A capacidade de suporte é a característica que confere à estrada sua capacidade maior ou menor de não se deformar frente às solicitações de tráfego. Os problemas típicos de estradas com baixa capacidade de suporte são os atoleiros, a formação de trilhos de rodas, buracos e sulcos.

Os problemas típicos devido à falta de capacidade de suporte devem-se a deficiências técnicas localizadas no subleito (terreno natural sobre o qual está implantada a estrada), ou na camada de reforço (camada utilizada para melhorar o subleito), ou em ambos. Os materiais granulares (areia, cascalho, brita, etc) são os mais indicados para se garantir uma boa capacidade de suporte, juntamente com uma boa compactação.

As condições de rolamento dizem respeito às irregularidades da pista (buracos, materiais soltos, costelas) que interferem negativamente sobre a comodidade e segurança do tráfego. A aderência é a característica da pista que diz respeito às boas ou más condições de atrito, ou seja, uma pista com boa aderência não permite "patinação" das rodas dos veículos.

A camada superficial natural ou de revestimento primário, deve ser composta por materiais granulares (areia, cascalho, brita, saibro, brita corrida) e material ligante (argila). Os materiais granulares são os responsáveis para dar boas condições de atrito, enquanto que o material ligante é o responsável por aglutinar fortemente o material granular, garantindo estabilidade a camada. A proporção entre os materiais está em torno de 1:1, 1:2, variando conforme o material. A mistura deve ser homogênea e bem compactada.

A Importância da Drenagem em Estradas Vicinais

Um dos principais problemas encontrados em estradas vicinais (estradas de terra) é a deficiência na drenagem. As águas das chuvas costumam ser o pior inimigo na manutenção das boas condições de tráfego nas estradas vicinais.

A drenagem em estradas vicinais começa com a conformação da plataforma de rolamento, fazendo o abaloamento da estrada. A seção transversal da estrada deve possuir de 3 a 6% de declividade, fazendo com que as águas escoem para as canaletas e valetas de drenagem. O objetivo é evitar que as águas escoem no sentido longitudinal causando erosão e abrindo valetas, outro ponto é evitar que as águas fiquem paradas no leito da estrada abrindo buracos e formando atoleiros.

As sarjetas e valetas devem ser bem dimensionadas para suportar o volume de água despejados nelas, de trechos em trechos devem possuir saídas d'águas para áreas lindeiras, ou bueiros ligados a travessias de água.

As sarjetas normalmente são feitas com a própria lâmina da motoniveladora, possuindo assim forma triangular. Normalmente não são revestidas, dependendo das características do solo local. Deve-se observar se há formação de erosões, e se ocorrendo providenciar o revestimento destes trechos com material granular ou plantio de gramíneas, e em casos extremos a utilização de revestimento de concreto.

As saídas d'água também devem ser para locais vegetados e com caminhamento por declive suave, para evitar a formação de voçorocas. Dependendo, do local são necessários a construção de escadas de amortecimento para condução destas águas.

A limpeza e manutenção das sarjetas, valetas, saída d'água e bueiros são de extrema importância, para evitar que o excesso de água vá para a pista de rolamento e provoque danos.

Recuperação da Vegetação de Áreas Lindeiras

 A vegetação no entorno das estradas vicinais também é importante na manutenção das estradas. Deve-se recuperar áreas degradadas e solos expostos.

Da mesma forma que as Áreas de Preservação Permanente em torno de rios e lagos protegem as águas, a vegetação protege as estradas.

A vegetação reduz a velocidade com que água chega a estrada, e também funciona como uma barreira reduzindo o volume de água que chega nas estradas vicinais.

Além disso, ela funciona como um filtro, retendo o solo carreado pelas chuvas. Solo estes que chegariam as estruturas de drenagem das estradas vicinais, reduzindo os intervalos de manutenções.

Manutenção e Recuperação de Estradas Estabilizadas

Em estradas que possuem pouco tráfego é normal encontrarmos estradas com a pista de rolamento estabilizada. O solo já está bem compactado e não apresenta problemas de formação de novos buracos e atoleiros. Sendo a principal causa de reclamações o mato alto.

Nestes casos, roçar o mato evitando ao máximo mexer na superfície da estrada seria a melhor solução. E em casos pontuais onde houver buracos fazer o enchimento com material e sua compactação.

Observar onde está parando água e fazer o seu encaminhamento para fora da estrada.

Além de reduzir o custo de manutenção a estrada se manterá por mais tempo.

A manutenção e recuperação de estradas vicinais é uma atividade constante e de extrema importância, para que seja feita de forma eficiente deve ser planejada e executada com acompanhamento técnico. Uma boa gestão e recursos suficientes também são essenciais.

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